No mês passado, tive a oportunidade de trabalhar pela primeira vez no consagrado Festival João Rock, em Ribeirão Preto, com o Capital Inicial, e vivenciei um desafio na montagem da estrutura que achei interessante compartilhar por aqui.
Chegamos na cidade no dia 9/6, véspera do evento, e fomos para o palco cedo, por volta das 14h, ainda que nosso horário de Load In e Término da passagem de som fosse às 18h e 21h, respectivamente. Isso porque, para ajudar no andamento das passagens de som, trocamos nosso horário de soundcheck com uma equipe de outra banda, que teve problemas de atraso com o vôo.
Tudo corria bem, descarga da carreta, montagem, a equipe que estava no nosso palco era bem boa, liderada pelo Diretor de Palco Fernando Ferrari. Tudo plugado, pronto para o início do line check e eis que nos deparamos com um grande ruído no P.A. Como o festival seria transmitido ao vivo para TV e Rádio, havia algumas saídas do Multicabo, Monitor, P.A. e Unidade Móvel (UM). Começamos a vasculhar todos os caminhos para tentar identificar a origem do problema.
O ruído só parou quando a perna do multicabo que levava o som para a UM foi desplugada. Mas a grande questão era entender o que estava motivando essa situação, afinal, precisaríamos ter essa conexão com a UM estabelecida para a transmissão. Começamos uma segunda investigação, trocando cabos, pernas de multicabos e nada de solucionar.
A equipe da Gabisom, responsável pela sonorização do festival, logo sinalizou que se tratava de um problema de energia. Mas onde?
No Capital Inicial, viajamos com a Loudness, empresa responsável por toda a sonorização. Normalmente, ligamos nosso Main Power – responsável por distribuir toda a energia para o palco – em uma saída Steck 32A das empresas que nos atendem nos shows. No caso do João Rock, havia dois sistemas de Main Power interligados e aí poderia estar o problema, mas não conseguíamos descobrir como solucionar.
Técnicos da banda, de gerador, da UM, o diretor de palco, produtores. Todos reunidos para buscar uma solução. Até que o Fernando Ferrari teve um insight: habituado a trabalhar com UMs em gravações e transmissões ao vivo, ele identificou a origem do problema – incompatibilidade do nosso Main Power com o sistema de energia do festival. Enquanto o nosso trabalha com 2 fases + terra, o do fornecedor do evento trabalha com 3 fases + neutro e terra juntos.
A solução: usar toda a energia da Gabisom para o palco do Capital Inicial. A lição aprendida: um diretor de palco com experiência e conhecimento em um grande festival é imprescindível para o sucesso do evento.
Tudo alinhado para o dia seguinte… O festival foi um sucesso em termos técnicos e de backstage, sem atrasos e com viradas de palco redondas! E ainda tive uma oportunidade de fazer uma participação especial no meio da loucura de uma das viradas de palco: a Luka, da Rádio 89, estava cobrindo os bastidores do festival e me abordou para uma entrevista. A íntegra, você pode conferir aí embaixo…